O material transformado mais antigo da história da humanidade, a cerâmica é talvez a matéria mais usada para fins utilitários e decorativos, sendo produzida um pouco por todo o mundo. Sabemos que somos tendenciosos, mas existem muitas razões para escolher cerâmica feita em Portugal. Enumeramos 3:
Pintada à mão em azul cobalto: o papel da Tradição
Graças às características geológicas do seu território, Portugal é um país rico nos recursos necessários à produção de pastas cerâmicas, usadas durante séculos tanto artística como comercialmente. Embora seja difícil determinar a origem exata desta arte na História, a clara influência árabe presente nas peças e artefactos encontrados, remetem-nos para o período das ocupações nos primórdios da nação. Foi, no entanto, a partir do século XVIII em diante, que a cerâmica cresceu como indústria, de norte a sul do país: na azulejaria, popularmente pintada a mão a azul cobalto, na olaria, nas faianças decorativas, no grés utilitário, e claro, na tão nobre porcelana.
Assumindo assim um importante papel a nível económico, social e cultural, a cerâmica portuguesa tem usado desde então o poder da tradição para evoluir até à a modernidade: aos dias de hoje, Portugal é um dos principais exportadores de cerâmica em todo mundo, sendo reconhecido nos vários subsetores desta indústria.
O maior nível de especialização do Mundo
Estudos recentes demonstram que, entre os principais exportadores mundiais de cerâmica, Portugal detém o mais alto coeficiente de especialização (1.32%, em 2015), indicador que mede o nível de especialização de um determinado país, num determinado setor.
No que respeita o setor cerâmica e cristalaria, em particular, Portugal dá igualmente provas de vantagem mundial, sendo o país com maior Índice de Vantagem Comparativa Revelada (5.2, em 2014) (indicador usado no comércio internacional para determinar o nível de especialização relativo de um país, consulte as nossas fontes baixo). Caso para perguntar: o que acontece quando se soma à tradição um alto nível de especialização?
Qualidade, inovação e EXPERIMENTAÇÃO
Para os especialistas e profissionais da área, a cerâmica feita em Portugal é, atualmente, sinónimo de qualidade. Uma associação que se deve, em primeiro lugar, às características da pasta, mas sobretudo ao processo de produção, caracterizado por um “saber-fazer” único e que é, entre outros fatores, resultado dos anos da experiência nacional nesta arte.
Tendo a qualidade num lado da balança, vamos encontrar o design do outro. Mas não apenas o design do produto: o design do processo. Os portugueses são dotados de modos de trabalho muito próprios, veja-se o popularmente chamado ‘desenrascanço’, um método de resolução de problemas que é tudo menos metódico, mas que revela uma atitude aberta e proativa que promove o pensamento criativo e uma cultura de experimentação.
O que tem isto a ver com cerâmica? É deste contexto que nascem peças originais, muitas vezes bonitas, mas sempre autênticas e diferenciadas.
Fontes: APICER, Cerâmica Portuguesa: tradição e inovação, Portugal, 2016; PwC, “Capacitação da indústria da Cerâmica Portuguesa - Um cluster, uma estratégia, mercados prioritários”, Novembro, 2016; Estudo do CEGEA, ainda não publicado.