De peças de arte e design, a simples utilitários – vinda do solo, a cerâmica é um material humilde, mas que graças à sua plasticidade pode ser moldada e transformada, assumindo diversos tamanhos, formas e funções.
Especializados na produção de faiança, a Arfai trabalha diariamente com este apaixonante processo de transformação, que conjuga elementos naturais, como a água e o fogo, com as mãos talentosas de quem a trabalha. Como se desenvolve este processo? Explicamos tudo passo-a-passo.

1.Tudo começa com uma ideia!

Com a ideia transposta para papel, os primeiros passos ficam a cargo do modelador que cria uma primeira forma em gesso, para depois conceber a respetiva madre e finalmente o molde de produção. O molde de produção é a ferramenta que vai permitir dar à pasta a forma desejada, num processo de conformação designado de enchimento. Aqui, a barbotina, ou pasta líquida, é introduzida no molde para que, durante um período de secagem, forme uma camada espessa de pasta. O líquido em excesso é vertido, e mais tarde, o molde é aberto, sendo a peça retirada.

2. Raspar e esponjar

Segue-se outro período de secagem natural e a peça está pronta para a fase de acabamento. Neste momento, recorrendo a esponjas e utensílios de corte, os excessos do enchimento são retirados e a superfície da peça esponjada para ficar lisa e homogénea.

3. Chacotagem: hora de ir ao forno

Com o forno acima dos 1000 graus, a peça é levada ao forno para uma primeira cozedura. Neste processo, a faiança torna-se branca e perdendo plasticidade, adquire resistência, cor e uma superfície áspera – a peça, até ali em cru, passa a designar-se de chacota.  

4. Decoração: a criatividade é o limite

Seja seguindo para a Pintura, seja indo de imediato para a vidragem, onde entre o tradicional mergulho e a pistola é aplicado o vidrado; é neste momento a peça recebe aquilo que será seu carácter diferenciador. Em qualquer uma das várias opções de decoração a peça é finalizada com uma última cozedura no forno.